Carperdien

Às vezes faz-se necessário que se perca algo, para que nos possamos ver quão grande são as magnitudes do que foi perdido.
Analisando os fatos ocorridos nestes últimos séculos, vemos a importância de cada minuto que foi perdido por coisas que julgamos serem prioridades em nossa existência, muitas vezes só notamos que perdemos algo quando sentimos que isto nos trouxe algum prejuízo financeiro ou ate mesmo material. Ai então percebemos como cada minuto, cada palavra, cada gesto e importante.
Certa manha de domingo um menino olha pra sua mãe muito contente e diz:
- Mãe vamos passear comigo
A mãe do garoto muito atarefada diz:
- Menino vai estudar – e voltando-se pra suas tarefas domesticas fica resmungando de sua vida, do marido e de todo o mundo ao seu redor.
O menino vê no pai a esperança de sair naquela bonita manha de domingo, o garoto chega para o pai que estava no telefone e diz:
- Pai vamos passear comigo – ao qual responde com muita ignorância:
- Não, você não vê que estou ocupado.
O garotinho desolado volta-se pra janela e decide ir sozinho passear na praia. Então ele vai e depara-se com aquela imensidão de águas com um lindo e escaldante sol, decide então se banhar naquelas belas águas, ao entrar ele percebe que as correntes o levavam mais alem e então ele começa a gritar por socorro, mas foi em vão.
Após um mês de busca, seus pais recebem um telefonema da guarda costeira, informando que haviam encontrado um corpo de um garoto, que supostamente seria o filho do casal. No mesmo instante sua mãe abraçada com uma camisa deparasse com um bilhete endereçado aos pais:

Papai e mamãe,
Chamei-os muito para passear comigo, mas vocês não quiseram ir, então vou sozinho mesmo, se eu demorar e por que gostei muito da luz do horizonte e decidi que ia tentar encontrá-lo por que cada minuto de minha vida e muito precioso pra mim.

Carpedien

Santo homem!

O que falo parte do universo particular que habita dentro em mim, é consciente que às vezes faço vôos livres, mesmo que sejam para retratar momentos estranhos de minha vida, às vezes sinto um misto de dor e extrema agonia no que falo muitas vezes não gostaria de assim falar, mas algo mais forte me impulsiona a calar a dor e a tristeza. Termino assim por transparecer um homem forte e seguro em minha simples e misera vida, vou tentar contar sem me deter as dores que senti ao lembrar de uma pessoa muito importante porem não mais se encontra comigo.
A vida e bem simples, o grande problema que enfrentamos e que nos mesmo temos uma verdadeira mania de complicá-la e a torná-la chata, monótona e sem “vida”. A maioria das vezes fazemos dela nosso martírio e quando achamos que estamos no fim, na verdade e um recomeço, se observarmos que Deus esta por Senhor de nossas situações. Acabamos assim gerando um problema maior ainda, quando permitimos que nosso medo seja o Senhor de nossa historia, me recordo de um santo homem que em toda sua vida me impulsionou a não permitir que o terrível medo me tomasse, este homem era simples (apesar do seu cargo) e como sempre estivesse ao meu lado, me dizia pra onde devo ir e como conseguiria encontrar a chave para não cair nas tristezas e medos que sempre me afligiam (muitas vezes causados por mim mesmo), sempre que estava “aparentemente só”.
Esse santo homem a quem citei nunca se achou um grande, nem mesmo o melhor de sua área (ainda que sendo), este homem tinha uma humildade impar (que sonho um dia alcançar), muito simples e singelo sempre me dava certo tapinha em minhas costas e me dizia que sempre estava comigo (através da comunhão dos santos), nem imaginava que seria tão apegado a um homem que o mundo o criticava por ser tão conservador, um homem que me ensinou o que e verdadeiramente um pai de um povo, diferentemente do que tive como exemplo em minha “Eparquia”, ele sempre me falava desde a infância que a essência da santidade era a humildade. E me deixou uma das mais belas frases quando lhe perguntaram o que seria ser santo: “Ser santo? Santo e um pecador que não desiste”, e ele sempre me dizia isto e continua a me dizer mesmo já tendo partido para seu fim ultimo: os braços do pai.
“Non abbiate paura!!”

Uma noite estranha

Certa noite tive um sonho bem estranho, algo que me apavora ainda hoje, não sei ao certo de onde veio tais coisas, se foram simplesmente de um sonho ou se ouveram outras circunstancias que ajudaram em sua formação.
Eu era um ser comum com vontades, sonhos, anseios e desejos como qualquer outra pessoa algo comum para um jovem de 19 anos (minha idade).
Sem saber de nada, o destino ou à providencia me conduziram a vivencia de um certo romance estranho, ja havia tido alguns momentos com essa pessoa e não havia sido lá dos melhores, mesmo assim topei e entao traçamos um caminho que no meu ver estava sendo muito legal e cheio de cenas que relatavam um sonhor e desejo de meu coração, comecei então a viver esse sonho por motivos até então desconhecidos, a não ser por minha vontade e ao que parece dela também.
Tivemos uma caminhada muito estranha algo me faltava, mas nunca esquentei por isso, sabia que esse algo que me faltava era em relação a vocação dela que as vezes parecia não bater com a minha, tudo bem, continuamos a viver aquele momento sem medo nenhum de sofrer ou de chorar por alguns problemas que iam surgindo ao longo do tempo, problemas estes sempre referentes a mim e nunca a ela, comecei entao a perceber certas melhoras no rela cionamento, sem pensar em mais nada , resolvi oficializar de uma vez por todas aqueles momentos em um compromisso maior (sempre na esperança de nunca ter recaidas dela), entao dia 24 de dezembro de 2006 assumi perante a familia dela um noivado.
Começa a minha correria para fazé-la feliz, sem medo nenhum exarcerbei minhas capacidades para construir aquilo que ela nunca teve "um lar feliz", fiz de tudo o que podia (e o que não podia também) para que ela tivesse do bom e do melhor.
Briguei com Deus e o mundo, fiquei cego, por fazé-la feliz e só recebia reclamações e cobranças da parte dela, mesmo assim nunca desanimei e fui sempre em frente, afinal, "paciência e uma virtude".
Resumindo hoje dia 24 de Janeiro de 2009 faz 3 meses que ela conseguiu que eu tomasse um certo pavor em até mesmo vé-la, ela terminou comigo, por que aos 11 meses de noivado, conheceu uma pessoa por telefone que poderia dar tudo o que "segundo ela" eu não "podia" dar: Ele não tinha uma faculdade, ele não trabalhava, ele não tem o Shalom para ocupar o seu tempo.
Fui então rezar, foi uma batalha, encostei meu Senhor na parede e briguei como um filho chagado e ferido por seu pai, me questionava com ele "Como você permitiu isto? Você não diz que me amava, que trocaria reinos por mim? como pode?" Ele só me respondeu uma coisa: "Tenho alguem melhor pra ti..."
Então chorando em meu refugio (a capela do Shalom), questionei-o novamente: "Já sei queres me dar, e o sacerdócio não é?" Ele me diz novamente: " Não, apenas alguem que tenha a mesma vocação que você", dai em diante ele calou-se. E é esse alguem que busco sem medo de encontrar, as vezes penso já ter encontrado, mas peço sinais a Deus para que Ele se manifesta por ela, espero que isso aconteça.
Sou um ser em contante espera daquilo que seja verdadeiramente vontade Dele em minha vida.

Minha vocação e Shalom (mas não é só isso).