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São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte, Brazil
Alguem cheio de sonhos de felicidade como qualquer outro, só quero uma coisa: um amor verdadeiro ou seja minha Mary Jane.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Subjetividade o que será?

Certa vez um amigo contou-me de sua experiência triste e trágica que passou em sua adolescência, mas que fora superada depois de 10 anos:
“Certo dia fui levado de mim mesmo, e nem sei te explicar para onde me levaram, deixei de fazer muitas coisas que gostava não convivia mais com meus pais e amigos, não namorava mais e vivia em uma amargura que dizia ser ‘da idade’ ate que certo dia me vi distante de tudo e de todos.
Foi uma experiência terrível, batiam-me e me xingavam de maneira grotesca e totalmente desumana, lutava sem parar contra ‘pessoas’ que nunca tinha visto em toda minha vida e que me apareceram de uma hora para outra me iludindo e me fazendo acreditar que tudo o que eu vivi, não passava de uma farsa, queriam me fazer acreditar que existi algo melhor e mais diferente do que tudo aquilo que já havia vivido em 16 anos desde que nasci. Meus algozes nem pareciam deste mundo, tamanha era a brutalidade e desumanidade que me passavam, achei que iriam me matar, nem desconfiava que aos poucos já estivessem me matando.
Eu ali num estado de choque profundo me vi vitima de terríveis e assustadores seqüestradores que se quer davam-me brecha para imaginar qual seria o meu destino.
Por momentos achei que me matariam, por vezes vi como algo vindo em minha direção (algo como uma flecha ou bala bem pequenas), mas algo que sem duvida alguma me mataria ou me deixariam seqüelas terríveis. Sempre quando estas vinham em minha direção era um barulho ensurdecedor e eu dava gritos e mais gritos, porem eram gritos mudos, minha voz insistia em não ser ouvida (era como se não saísse).
Passavam-se vários dias (percebi pelas arestas do sol que iluminava o ambiente pequeno, vazio e escuro, que me permitiam contar as noites), pela primeira vez ouvi um dialogo deles, acharam um contato meu, meu coração ficava mais horrorizado ainda, desconfiava de que fosse com meus familiares, tive pavor em pensar o que poderiam fazer com eles, meu medo agora era diferente, era de que fizessem mal a quem estava livre, as que eu os amava muito. Então um de meus algozes entra no cubículo escuro e me diz: que pediu um - resgate a minha família - e saiu da sala me deixando em prantos, passei a imaginar se minha família e meus amigos pagariam um preço tão alto por alguém como eu, tão estúpido e miserável. Já não tinha mais nenhum medo de meus seqüestradores e sim se minha família me aceitaria novamente. Chorava muito e sem nenhuma perspectiva de que sairia daquele lugar escuro, fétido e úmido.
Eram muitos os meus pensamentos, me vi então, em um lugar diferente, mas sozinho, não vi mais meus algozes, haviam me deixado em uma mansão abandonada e cheia de capim e insetos, estava ali todo amarrado e cheio de medo.
Passaram-se horas, não sei ao certo se dormi ou desmaiei de medo, fome e pavor. Enfim acordei dentro de um imenso e arejado consultório, tive a impressão de que fosse um psicólogo que me entrevistava, e aos poucos fui descobrindo (com a ajuda daquele simpático psicólogo) que seqüestro foi este que me vi, descobri que a droga que me tinham apresentado aos 16 anos de idade me fez entrar em um profundo estado de falta de consciência analítica e me fez enveredar em uma serie de outros vícios que me desembocaram na perda total de minha personalidade e subjetividade, fui seqüestrado pelos meus vícios a droga fora apenas o inicio de um grande labirinto interior ao qual mergulhei-me completamente, era algo como ‘caminhar sem saber para onde’, e quando se caminha sem se saber qual destino, todo caminho e bom.
Por fim, após 10 anos de depressão e vícios descobri que a felicidade esta em viver a vida como uma aventura normal e cheia de alegrias, belezas, e também de tristezas que não podem nos desanimar e nem nos fazer menosprezar as alegrias de viver a vida intensamente”.

Como um bom católico e muito amigo deste que descrevi, apenas rezei e disse a ele a razão e o verdadeiro e único sentido de nossa existência:
“Santidade: única forma de ser plenamente homem”

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